
Em
Angola o termo Empreendedorismo começou a ganhar certa notoriedade a partir do
ano 2008, embora a atividade já viesse sendo desenvolvida desde a muito por
volta do século XIX, o conceito sobre empreendedorismo tomou um novo contorno
com as contribuições apresentadas por Jean Baptiste Say, ao associar o conceito
à criação de novos empreendimentos/negócios, ou seja, na visão de Say, o
empreendedor era mais voltado para os negócios, sendo o responsável por reunir
os factores de produção, estabelecer o valor dos salários, o juro pago, aluguel
e lucros que lhe pertencem.
Segundo a ANGOP, nesse mesmo ano em
Angola a cada 100 pessoas, 23 eram consideradas empreendedoras.
Como
base em Cantilon e Say, Schumpeter aprimora o conceito de empreendedorismo
associando o termo “destruição criativa”, Schumpeter (1947), defendia a
importância da inovação no processo empreendedor, bem como o papel do
empreendedorismo no desenvolvimento econômico.
Tal
conforme Schumpeter (op. cit.), “o empreendedor é a pessoa que destrói a ordem
econômica existente, graças à introdução no mercado de novos produtos/serviços,
pela criação de novas formas de gestão
ou pela exploração de novos recursos, materiais e tecnologias”.
POR QUE DEVEMOS EMPREENDER?
Não é
novidade dizer que a maior economia (PIB) de Angola vem do petróleo, e com a
variação da precificação do mesmo, o nosso país começou por enfrentar uma crise
econômica inadmissível a partir do ano 2015 onde no mercado paralelo, cem
dólares (100 USD) estavam a ser vendido por 26.500 kwanzas, enquanto a compra
estava a 25.000 Kz, Isto representava que o câmbio duplicou comparando com os
anos anteriores. Uma desvalorização acima dos 30% desde o início da descida dos
preços do petróleo, no verão de 2014, segundo a DW África.
Angola deixa muito a desejar quando nos referimos de assuntos como: boas estradas, saneamento básico, emprego, lazer, energia elétrica viável, internet, mobilidade pública ou condições mínimas para sobrevivência.
Uma
vez que a nossa maior economia gira em torno do petróleo, é inadmissível os
jovens não pensarem nos dias de hoje em empreender, não somente para o combate
do desemprego mas para reavivarmos a nossa economia e trazer um ambiente novo
para a nossa pátria que está se perdendo por causa da desvalorização da nossa
moeda nacional.
Empreender
é sim para todos, desde as pequenas soluções até as grandes. Olhando pela taxa
cambial a lógica geral é bastante simples, o que estimula a entrada de dólares
em ANGOLA ajuda a aumentar a oferta. Já o que leva os agentes econômicos a
enviarem dinheiro para fora de ANGOLA reduz a oferta, por isso, se as condições
econômicas são favoráveis a um maior fluxo de dólares para dentro do país, o
valor do dólar tende a cair. Já se o cenário estimula o envio de dinheiro para
o exterior, o seu valor tende a subir.
“Claro que prever exatamente o que vai acontecer com o valor da moeda é mais complicado do que podemos imaginar, porque há vários fatores que interferem ao mesmo tempo”.
Por
exemplo, imaginemos que ANGOLA consegue exportar uma grande quantidade de
mercadorias, e apresenta saldo positivo na Bolsa Comercial, isto aumentará a
entrada de dólares, o que ajuda a reduzir a sua cotação sem nenhuma dúvida.
Quando
tem mais dinheiro a entrar do que sair em ANGOLA o preço do dólar cai muito. Quando
a maior parte do dinheiro sai, a taxa de câmbio sobe.
Para
trazer o dólar de volta existem alguns fatores que precisamos levar em conta, e
para aqueles empreendedores que estão à busca de incentivos ou idéias, talvez
esse artigo lhe venha servir de trampolim.
Existem
várias formas de combater com a subida anárquica do dólar para tal, seria bem
mais fácil se Angola não estivesse endividado.
· INVESTIMENTO
NO TURISMO INTERNACIONAL: Com o turismo bem feito e seguro, trazendo vários
estrangeiros para o nosso país, haverá certa INFLUÊNCIA da cotação do dólar, ou
seja, quanto mais estrangeiros melhor para nós. Por isso, um fator importante
para olhar é a movimentação atípica do turismo internacional.
· POLÍTICA
E INVESTIMENTOS: Outro fluxo de envio e recebimentos de dólares que causa
impacto no câmbio é o de investimentos. Quando ANGOLA começar a receber um
elevado volume de investimentos estrangeiros a taxa de câmbio tende a diminuir
MUITO. E quando o ambiente no país é estável ou apresenta grandes oportunidades
de ganhos, o investidor tende a aportar mais dólares.
Já
quando os investidores decidem sair em massa acontece desastres. Momentos de
crise política ou recessão econômica, por sua vez, afastam o investidor.
· COMÉRCIO
INTERNACIONAL: Quando as exportações são maiores que as importações, a taxa de
câmbio tende a cair. Quando temos mais importações que exportações, a taxa
tende a subir.
Vamos
empreender aumentando a carga produtiva de produtos nacionais que possam atrair
os estrangeiros investidores de modo a haver mais entrada de moedas
estrangeiras para o nosso país e com isso diminuir a taxa cambial do dólar.
Entretanto,
mais do que empreender para combater o dólar, nós estaremos fazendo o melhor
que a nossa Angola pode ter.
“Todos possuem uma capacidade peculiar de pensar e agir. Todo ser humano é dotado de uma criatividade inexplicável que se bem aproveitada fará maravilhas. E isso não nos difere do pessoal do ocidente e do oriente. O que se deve fazer é aproveitar dos poucos recursos que podemos encontrar no nosso país e transformá-los em algo potencial capaz de mover a nossa economia e atrair o pessoal de fora”.
Fontes:
SALOMÃO, Jonísio. Empreendedorismo e inovação: existe inovação no empreendedorismo
em Angola. portal de angola. Set.2014
SCHUMPETER, Joseph A. The Creative
Response in Economic History. The Journal of Economic History. 2. ed. Cambridge
University Press on behalf of the Economic History Association, 1947.
POR Engª Maria Pongue, Empreendedora, Consultora de Negócios
pós-graduanda em MBA Executivo em gestão de pessoas e Coaching. Presidente
subseqüente da JCI-Florianópolis no Brasil, ONG subsidiária de desenvolvimento
pessoal com sede em St. Louis nos Estados Unidos.
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