
Ademais, é essencial que um país ‘em
desenvolvimento’ entenda que uma moeda forte e um sistema monetário sólido são
também um aspecto essencial da segurança à propriedade. Países com histórico de
inflação alta não atraem investimentos e nem permitem a formação de riqueza.
Por isso, é de suprema importância entender a seguinte lei: um aumento na
quantidade de papel-moeda criado pelo governo não pode — nunca, jamais —
aumentar a riqueza social. Isso é uma impossibilidade física. Afinal, imprimir
dinheiro significa apenas aumentar o número de pedaços de papel pintado na
sociedade. Tal medida não cria um único bem de capital ou de consumo. Ela não
aumenta o padrão de vida como um todo. Se fosse fácil assim, se mais dinheiro
de papel pudesse produzir maior riqueza, simplesmente não mais haveria uma só
pessoa pobre ao redor do mundo.
A única coisa que a inflação pode
fazer — e de fato faz — é uma sistemática redistribuição da riqueza social já
existente, redistribuição esta que se dá em prol do governo (que é o produtor
do dinheiro) e de seus clientes mais imediatos (estatais, funcionários públicos
e empresários com boas conexões políticas), e à custa daqueles que recebem este
dinheiro por último — e que, ao receberem-no, já estão com seu poder de compra
reduzido, pois os preços dos bens e serviços da economia já aumentaram em
decorrência desta inflação monetária. Inflação monetária é o equivalente a
roubo e confisco de renda, e os governos dos países ‘em desenvolvimento’
possuem o histórico de serem os piores agressores à segurança monetária de
cidadãos e investidores.
Meu conselho aos países
subdesenvolvidos: adquiram a reputação de ser um lugar que respeita a
propriedade privada, um lugar em que a propriedade, inclusive o dinheiro, está
garantidamente a salvo (pense na Suíça, por exemplo). Assim haverá uma chance
de prosperar. Caso contrário, nada feito.
Por Dr Hans-Hermann Hoppe | 07 Novembro, 2012. Entrevista concedida ao
Instituto Association for Liberal Thinking, da Turquia.

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