Normalmente, a cada ano é comemorado o dia da consciência negra, dia este, que conforme os organizadores se discute a inserção do povo negro em determinadas esferas sociais, preconceito, racismo e outros fatores não menos importante também são analisados. No Brasil este dia é comemorado aos 20 de Novembro.

Antes de começar minha breve abordagem a respeito do tema vejamos primeiramente o significado de consciência: Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano.; Percepção dos fenômenos próprios da existência; Condição do sistema nervoso central que ocasiona a caracterização precisa, o pensamento lógico e o comportamento coerente.

Hegel aborda a consciência como um crescimento dialético, que atinge um nível transcendente, alcançando a sua superação. Portanto, em função do conceito acima explorado, fica claro que só existe uma consciência, a consciência humana. O negro não é um ser abaixo dos demais seres humanos, não se pode estudar a consciência de nenhum homem, pois, a consciência é a percepção dos fenômenos próprios da existência, que parte do interior para o exterior e nunca o contrário. Existem negros espalhados pelo mundo, com crenças, tons de pele, religiões, culturas e países diferentes. O erro consiste em agrupar estes e tratá-los como se tivessem a falar de um indivíduo apenas.

Concordo parcialmente com o discurso de Morgan Freeman, estranho é "não existir" o dia da consciência branca, consciência amarela, consciência judaica,... e somente haver o dia da consciência negra. O texto não se coloca contra ou visa atacar o que se defende no dia 20 de Novembro, mas, apenas indagar a denominação de tal procedencia. Que tal o dia do negro no Brasil?, O dia dos Quilombolas, o dia dos Quilombos?, etc... Cada negro é um negro, com história e passado diferente independente de todos caminhos darem para África.
Dia da consciência negra se refere a algo mais complexo, algo que tem perspectiva sócio-histórica e, claro, política. Mas devemos atentar para o termo, o que realmente queremos defender e como vamos defender.

O discurso de que existe uma dívida histórica e que negros devem se beneficiar de certas coisas deve ser revisto, tantos outros povos foram escravizados, hoje Israel é uma potência tecnológica e um dos países com maior números de graduados no mundo, mas nunca ouvimos falar de alemães pagarem dívida alguma para os judeus em função dos genocídios no passado. É comum vermos africanos procurando inserção em outros países, fugindo de suas próprias nações, onde 100% da população é negra, onde "não existe" racismo. Em meio a tudo isso surge uma questão, será que estamos trabalhando do jeito certo? Estamos mexendo na raiz dos problemas?

Por: Alexandre F. Quinguri – AllQuing.
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