Visão Clássica de concorrência, inicialmente adotada por Smith, Ricardo e seus contemporâneos, associada a livre mobilidade do capital entre diferentes indústrias implicando a livre entrada ou ausência de barreiras. A mobilidade do capital entre indústrias vista como a responsável pela suposta tendência à igualação das taxas de lucro entre distintas atividades nas economias capitalistas. Neste quadro, a concorrência não é objeto de análise em si, mas só interessa pelos seus efeitos tendenciais ou de longo prazo, associados à teoria da determinação dos preços e taxa de lucro de equilíbrio. A Visão Neoclássica de concorrência, expansão da visão clássica, também por Marshall, fundador da Microeconomia, deu contornos mais precisos a noção neoclássica de concorrência predominantes ainda hoje. Trata-se da noção de concorrência perfeita, associada ao atomismo de mercado (oferta e demanda) em que as empresas individuais são incapazes de afetar o preço de mercado, determinado pelo equilíbrio entre oferta e demanda, com preço de mercado igual a seu custo marginal.

Na visão de Marx, a concorrência também é considerada um processo auxiliar, e não como um objeto em si mesmo digno de ser teorizado. Ela cumpre apenas um papel de executar as leis de movimento da economia capitalista, um mecanismo permanente de introdução de progresso técnico, capaz de tornar endógeno a economia capitalista a capacidade de mudança estrutural via inovações.

A visão de Schumpeter, trata-se de uma noção não ortodoxa, mas potencialmente a mais interessante de todas, hoje conhecida como Concorrência Schumpeteriana. sua principal característica é que ela se insere numa visão dinâmica e evolucionária do funcionamento da economia capitalista. Carateriza-se pela busca permanente de diferenciação por parte dos agentes, por meio de estratégias deliberadas, tendo em vista obtenção de vantagens competitivas que proporcionem lucros de monopólio, ainda que temporários. Por isso mesmo, concorrência não é o contrário de monopólio. É um ativo de criação de espaços e oportunidades econômicas, e não apenas, ou principalmente um processo passivo de ajustamento em direção a um suposto equilíbrio. Nessa concepção, concorrência implica o surgimento permanente e endógeno de diversidade no sistema econômico capitalista, também como convém a um processo evolutivo.

Créditos:
Livro - Economia Industrial - David Kupfer e Lia Hasenclever

Por: Alexandre F. Quinguri – AllQuing.
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