Até o surgimento da internet poucos tinham a noção do quanto ela mudaria a comunicação, o comportamento das pessoas e como consequência, todo o mundo. Para se ter uma ideia do impacto causado pela internet, enquanto o rádio levou 38 anos e a televisão 13 para atingirem o público de 50 milhões de usuários, a internet levou apenas quatro anos. Atualmente, mais da metade da população mundial já conta com acesso à internet, aponta o último relatório Digital in 2018 (mais de 4 bilhões de pessoas conectadas à rede), ou seja, começamos 2018 com 4,021 bilhões de pessoas online (53% de todas as pessoas do planeta), um aumento de 7% em relação ao ano anterior. As redes sociais são utilizadas por cerca de 3,2 bilhões de pessoas (42% de todo o mundo).


É indiscutível o modo como a internet tem revolucionado as coisas ao redor do mundo, novos produtos, serviços, e até profissões vêm surgindo graças à progressividade da tecnologia associada a internet. Além das novas possibilidades para as pessoas, as empresas também descobriram na internet novas formas de fazer negócio. No que tange a Angola, infelizmente a internet ainda não é uma realidade para muitos. Conforme o Banco Mundial, pouco mais de 85% da população não tem acesso à internet, o que acaba interferindo negativamente no desenvolvimento socioeconômico deste país.

A internet está por trás de muitas das transformações ocorridas no mercado de negócios e na sociedade em geral, atendendo a atual realidade da população angolana, com mais da metade dos jovens jogados ao desemprego, o estímulo ao maior uso da internet deveria ser prioridade na agenda governamental, maior gastos com tecnologias bem como fomentar o surgimento de empresas fornecedoras de internet e serviços afins, sejam nacionais ou estrangeiras.

Com um maior número de usuários de internet, mais produtos e principalmente serviços passarão a existir no mercado interno, o que, de forma direta ou indireta vai acabar diversificando a macroeconomia e consequentemente proporcionar maior geração de emprego e renda. A baixa provisão de internet é um dos indicadores que torna o país um dos piores do mundo para se fazer negócios.

 
O desenvolvimento sócio econômico e a utilização da internet têm uma relação diretamente proporcional, os dados mostram que, quanto mais uma economia demanda internet, mais esta tende a desenvolver-se, ou seja, economias mais desenvolvidas possuem uma demanda maior de internet e tecnologias associadas a esta. Dos 10 países com menos usuários de internet, 9 são africanos. Como de costume, mais uma vez os africanos ocupando as piores posições.


Graças à internet, nos últimos anos se observou o surgimento de novas profissões, novas formas de atuar com o meio digital, integrado com outras competências, principalmente nas áreas de marketing e comunicação, até moedas independentes (Criptomoedas) têm ganhado espaço e lugar ao redor do mundo. Eu acredito que a tecnologia/internet vai continuar transformando o mercado de trabalho e muitas pessoas, principalmente jovens.

Como diz aquele velho ditado, “nunca é tarde para aprender”, do mesmo jeito nunca é tarde para começar, para desenvolver ou para crescer, é necessário que Angola e os angolanos passem a enxergar a internet não apenas como um meio para alcançar determinado entretenimento, mais como uma ferramenta* que pode transformar a vida de milhões de pessoas e consequentemente a sociedade em geral.


*Conforme o Banco Mundial, apenas 13% da população angolana tem acesso a internet.

*Velocidade da internet em Angola conforme o Trading Economics


Por: Alexandre F. Quinguri – AllQuing.
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