Existe um consenso (mesmo que parcial) entre todos os economistas que marcaram a ciência - a respeito do consumo, o facto deste possuir uma relação positiva com o nível de renda.
Dizia Smith "O consumo é a única finalidade e o objectivo de toda produção". Nesta lógica, digo eu, "O consumo é a única justificativa de se ter acesso a um rendimento" - quer gastamos quer economizamos, o fim último de se ter rendimento, é o consumo.
Desenvolvida inicialmente por John Maynard Keynes, a relação existente entre consumo e renda é chamada de "função consumo", por meio da qual é possível observar o efeito de uma variação da renda no consumo das famílias. Por outra, a variaçâo da demanda por bens e serviços, depende mais do nível de rendimento (salários) dos agentes econômicos (famílias principalmente) do que da taxa de juros ou de qualquer outro insentivo ao consumo.
Abaixo segue uma função de "consumo linear simples":
C = C* + cYd
Onde:
C = Consumo
C* = Consumo autônomo (que não depende da renda ou quando o rendimento é zero)
c = Propensão marginal a consumir (0<c<1), a probabilidade que as pessoas têm de gastar toda renda disponível, normalmente, quem ganha menos tem uma propensão marginal a consumir maior, e vice-versa.
Yd = Rendimento disponível (Rendimento liquido ou após impostos). Salário - IRT.
Todos temos visto os esforços que o Governo tem feito de modo a conter a inflação, e, atendendo a nossa estrutura macroeconômica, um aumento de salários vai gerar mais consumo. Visto que, o nível de oferta (produção) se manterá praticamente constante, pois, as previsões de crescimento são baixas, o aumento no consumo pode pressionar os preços para cima.
Para que tal não ocorra, o Governo poderá (como já tem feito) recorrer a prática de vigia e regularização dos preços, o que não é muito aconselhável, pois, regular preços através de imputs exogenos ao mercado é um claro desestimulo a capacidade de produção, joga para baixo as expetativas da classe empresarial. Raros são os países (principalmente os países pobres) que recorreram a essa tática e tiveram bons êxitos no medio-longo prazo.
Grosso modo, o que vai ditar se uma política macroeconômica é boa ou má, é o contexto da realidade econômica do lugar em que tal política vai ser aplicada. Não é porque resultou no país Y que vai funcionar no país X. E como estamos nós!?
QUANDO OS SALÁRIOS DEVEM SUBIR!?
Os salários devem subir quando sobe a capacidade produtiva do país, um aumento da base salarial deve ser feito em função de aumentos na capacidade produtiva das pessoas, maquinas e equipamentos (bens de capital) - quando há crescimento, o próprio mercado entende quando deve pagar mais ou pagar menos (acção-reacção, causa-efeito). Entretanto, mais do que criar leis trabalhistas como seguro desemprego ou aumento do salário mínimo, deveríamos nos preocupar em como alavancar a produtividade dos trabalhadores do nosso país, nossas instituições, nossas infraestruturas, nossas máquinas e equipamentos.
Uma medida que alguns países usam é ajustar o salário na medida do crescimento da inflação, mas, a nossa inflação anda tão alta, que reajuste sem crescimento (não crescemos a 7 anos) nos remeterá a um efeito cascata, mais reajuste mais inflação, mais inflação mais reajuste.
O QUE PODE ACONTECER CASO A BASE SALARIAL DOS ANGOLANOS AUMENTE!?
1 - Nível de consumo das famílias vai aumentar, pressionando a demanda agregada para cima;
2 - Índice de poupança permanecerá constante, pois, aumentos salariais normalmente não são tão significativos ao ponto de baixar a propensão marginal ao consumo e, igualmente, abrir margens para poupança, principalmente das famílias da classe baixa (que são a maioria);
3 - Índice de inflação poderá aumentar, a não ser que o Governo intensifique as políticas de vigia de preços, o que também poderá trazer consequências negativas no médio-longo prazo;
4 - Capacidade produtiva permanecerá a mesma pois, há crescimento quando há intensificação de maquinas e equipamentos (bens de capital) e qualificação do trabalhador (Capital humano) e não quando se aumenta salários via decretos.
5 - Aumentar salários é jogar mais dinheiro na economia, se o nivel de dinheiro em circulação não acompanhar a capacidade produtiva da economia, teremos mais papéis que bens a disposição, atendendo a nossa realidade, aumentar taxa de jurus para enxugar possivel excedente de moeda não resolveria, ja tentamos a pouco tempo e não funcionou.
As nações (incluindo Angola) já perceberam que nenhuma delas consegue se desenvolver com salários baixos, contudo, é preciso que haja um equilíbrio entre aumento de salários e aumento da produtividade, deve existir uma relação directamente proporcional entre ambos. "Se os salários aumentam e a produtividade não, o país se torna pouco produtivo e competitivo, facto que pode gerar pressão inflacionaria e outros males de natureza macroeconómica. Precisamos crescer, precisamos desenvolver, assim, poderemos dar bons salários aos nossos trabalhadores.
Por: QUINGURI F. Alexandre. ECONOMISTA
#Quinguri #Economia #Angola #Salarios #Produção #Produtividade #Crescimento #Demanda #Consumo #Inflação #Investimentos #Angola #Juros #Salariobase #Salariominimo #Angola #Feynes #Funcãoconsumo
Dizia Smith "O consumo é a única finalidade e o objectivo de toda produção". Nesta lógica, digo eu, "O consumo é a única justificativa de se ter acesso a um rendimento" - quer gastamos quer economizamos, o fim último de se ter rendimento, é o consumo.
Desenvolvida inicialmente por John Maynard Keynes, a relação existente entre consumo e renda é chamada de "função consumo", por meio da qual é possível observar o efeito de uma variação da renda no consumo das famílias. Por outra, a variaçâo da demanda por bens e serviços, depende mais do nível de rendimento (salários) dos agentes econômicos (famílias principalmente) do que da taxa de juros ou de qualquer outro insentivo ao consumo.
Abaixo segue uma função de "consumo linear simples":
C = C* + cYd
Onde:
C = Consumo
C* = Consumo autônomo (que não depende da renda ou quando o rendimento é zero)
c = Propensão marginal a consumir (0<c<1), a probabilidade que as pessoas têm de gastar toda renda disponível, normalmente, quem ganha menos tem uma propensão marginal a consumir maior, e vice-versa.
Yd = Rendimento disponível (Rendimento liquido ou após impostos). Salário - IRT.
Todos temos visto os esforços que o Governo tem feito de modo a conter a inflação, e, atendendo a nossa estrutura macroeconômica, um aumento de salários vai gerar mais consumo. Visto que, o nível de oferta (produção) se manterá praticamente constante, pois, as previsões de crescimento são baixas, o aumento no consumo pode pressionar os preços para cima.
Para que tal não ocorra, o Governo poderá (como já tem feito) recorrer a prática de vigia e regularização dos preços, o que não é muito aconselhável, pois, regular preços através de imputs exogenos ao mercado é um claro desestimulo a capacidade de produção, joga para baixo as expetativas da classe empresarial. Raros são os países (principalmente os países pobres) que recorreram a essa tática e tiveram bons êxitos no medio-longo prazo.
Grosso modo, o que vai ditar se uma política macroeconômica é boa ou má, é o contexto da realidade econômica do lugar em que tal política vai ser aplicada. Não é porque resultou no país Y que vai funcionar no país X. E como estamos nós!?
QUANDO OS SALÁRIOS DEVEM SUBIR!?
Os salários devem subir quando sobe a capacidade produtiva do país, um aumento da base salarial deve ser feito em função de aumentos na capacidade produtiva das pessoas, maquinas e equipamentos (bens de capital) - quando há crescimento, o próprio mercado entende quando deve pagar mais ou pagar menos (acção-reacção, causa-efeito). Entretanto, mais do que criar leis trabalhistas como seguro desemprego ou aumento do salário mínimo, deveríamos nos preocupar em como alavancar a produtividade dos trabalhadores do nosso país, nossas instituições, nossas infraestruturas, nossas máquinas e equipamentos.
Uma medida que alguns países usam é ajustar o salário na medida do crescimento da inflação, mas, a nossa inflação anda tão alta, que reajuste sem crescimento (não crescemos a 7 anos) nos remeterá a um efeito cascata, mais reajuste mais inflação, mais inflação mais reajuste.
O QUE PODE ACONTECER CASO A BASE SALARIAL DOS ANGOLANOS AUMENTE!?
1 - Nível de consumo das famílias vai aumentar, pressionando a demanda agregada para cima;
2 - Índice de poupança permanecerá constante, pois, aumentos salariais normalmente não são tão significativos ao ponto de baixar a propensão marginal ao consumo e, igualmente, abrir margens para poupança, principalmente das famílias da classe baixa (que são a maioria);
3 - Índice de inflação poderá aumentar, a não ser que o Governo intensifique as políticas de vigia de preços, o que também poderá trazer consequências negativas no médio-longo prazo;
4 - Capacidade produtiva permanecerá a mesma pois, há crescimento quando há intensificação de maquinas e equipamentos (bens de capital) e qualificação do trabalhador (Capital humano) e não quando se aumenta salários via decretos.
5 - Aumentar salários é jogar mais dinheiro na economia, se o nivel de dinheiro em circulação não acompanhar a capacidade produtiva da economia, teremos mais papéis que bens a disposição, atendendo a nossa realidade, aumentar taxa de jurus para enxugar possivel excedente de moeda não resolveria, ja tentamos a pouco tempo e não funcionou.
As nações (incluindo Angola) já perceberam que nenhuma delas consegue se desenvolver com salários baixos, contudo, é preciso que haja um equilíbrio entre aumento de salários e aumento da produtividade, deve existir uma relação directamente proporcional entre ambos. "Se os salários aumentam e a produtividade não, o país se torna pouco produtivo e competitivo, facto que pode gerar pressão inflacionaria e outros males de natureza macroeconómica. Precisamos crescer, precisamos desenvolver, assim, poderemos dar bons salários aos nossos trabalhadores.
Por: QUINGURI F. Alexandre. ECONOMISTA
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Excelente reparo. Urge a necessidade de focarmos nas reais "causas" cujo os "efeitos" proporcionarão sem grandes esforços um aumento salarial.
ResponderEliminarCerto, deve ser este o caminho.
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