
Como expresso no na frase que deu titulo ao artigo, muitos
dos inconvenientes ainda existentes envolvendo o atual e comum sistema de
pagamentos vêm abrindo portas para novas oportunidades.
Entender o dinheiro, dinâmica e
complexidade que envolvem o atual sistema monetário não é simples, não só para
os leigos, até pessoas mais instruídas se deparam com certas indagações a
respeito deste.
Afinal de contas, o que é o dinheiro? -
O dinheiro ou moeda fiduciária nada mais é que um pedaço de papel, pedaço este
legalmente estabelecido pelos governos para agilizar o sistema de pagamento em
território nacional. Dinheiro é a “representação nominal” dos nossos bens,
produtos, serviços ou força de trabalho. Um meio para alcançar determinado fim
(meio este, passível de substituição), não se sabe com exatidão quando/onde
surgiu, mas, as causas que motivaram sua origem foram as dificuldades que os meios
anteriores ao dinheiro apresentavam.
Quando os metais preciosos, como o ouro
e a prata passaram a ser usados como meios de pagamento e reserva de valor, sua
aceitação não era derivada de pressupostos legais como são as atuais moedas
fiduciárias. Se o governo angolano entender alterar a moeda nacional, de Kwanza
para uma outra qualquer, o povo será obrigado a aceitar mediante pressupostos
legais. O que não pode acontecer com uma moeda independente, movida
simplesmente pelos fatores endógenos ao mercado, confiança e expectativa dos
agentes econômicos.
Quando um agente econômico empresta
determinada quantia em dinheiro, este será obrigada a produzir, se esforçar e
se empenhar para que tal dinheiro seja debitado na conta do credor até a
data previamente estabelecida, o que não-necessariamente ocorre com governos,
quando estes emitem títulos em moeda nacional, e por algum motivo não consigam
produzir, gerar renda ou riqueza, no final acabam imprimindo papel-moeda de
forma a pagar seus credores, injetando dinheiro na economia do nada, o que pode
forçar o índice geral de preços para cima e não só. A isto eles chamam ações de
política monetária, independentemente de ser feito da forma correta ou não.
Muitos acham que a novidade por trás do bitcoin ou demais criptomoedas é a sua virtualização, mas não, desde o advento da internet, sistemas bancários avançados e cartões de créditos, pagamentos virtuais passaram a ser realizados. O que o Bitcoin traz de novo é a tecnologia por trás do mesmo, o Blockchain, um sistema que permite efetuar pagamento sem a necessidade de um terceiro mediador, como um banco, uma casa de câmbio ou um Governo.
O Blockchain fornece um imutável registro
de transações realizadas em uma rede sem a necessidade ou dependência de um
intermediário, como o Banco Central. Ele fornece registro intocável de todas as
transações com criptomoeda protegida no mais alto nível de segurança
criptográfica, é um conceito que reúne economia e digitalização de uma maneira
nunca antes vista, tornando-se um dos temas mais debatidos atualmente.
Os donos do bitcoin somos todos nós,
todos os usuários da rede. Ao contrário das moedas fiduciária monopolizadas por
governos. A aceitação das criptomoedas tem sido constante, apesar de seus
opositores objetivarem denegrir o seu percurso em direção ao alcance de um
público maior. O número de comerciantes que aceitam pagamentos de Bitcoin em
todo o mundo aumentou em mais de 700% nos últimos 6 anos, aproximadamente 13%
da população mundial - principalmente urbana - já usou criptomoedas para pagar
itens comprados por meio de sites de comércio eletrônico, mostra a pesquisa da
Kaspersky.
Devemos admitir que o conhecimento
minucioso da tecnologia Blockchain exige um aprendizado avançado sobre
criptografia, mas isto não nos pode impedir de usar as criptos, afinal, muita
gente usa o papel moeda como meio de pagamento sem saber nada a respeito,
atribuindo confiança a um pedaço de papel que o seu valor real pode ser
alterado por uma entidade quando bem entender.
Uns defendem que as criptomoedas devem
ser banidas por estar a ganhar espaço no seio do crime devido a garantia de
privacidade que o blockchain oferece aos usuários, outros acrescentam que o
facto de algumas corretoras serem atacadas ou hackeadas deixando seus clientes
sem fundo faz das criptomoedas um ativo sem futuro. Os que assim argumentam
fecham os olhos para a potencialidade das criptos, atacando as consequências, e
não as causas que levam ao surgimento de atividades criminosas.
Diversos crimes foram efetuados através
da moeda fiduciária, políticos corruptos desviam fundos através do sistema de
pagamentos vigente, quantos bancos operando em papel moeda quebraram e
continuam quebrando até hoje causando perdas gigantescas aos seus clientes.
Quantas vezes governos espalhados pelo mundo injetaram dinheiro em determinados
bancos para cobrir seus rombos. Com a criptomoeda não é possível, se o governo
achar que deve recuperar um banco injetando uns tantos milhões, vai ter que
minerar, e minerar bastante, governos não podem imprimir bitcoins.
Independente das resistências, a história envolvendo “meios de pagamento” foi e vem sendo marcado por transformações, da permuta aos metais preciosos, dos cheques aos cartões de crédito/débito. – Fatores que abriram caminho à emancipação de novas moedas agora na era digital. – “Nada é constante, exceto as mudanças”, - disse Heráclito certa vez.
Quando escrevi a minha monografia, cujo
tema é “Um estudo sobre a arbitragem de bitcoins Brasil - Estados Unidos noperíodo 2017-2018”, uma das questões mais difíceis foi levar as pessoas a enxergar
a potencialidade da criptomoeda bitcoin, a dificuldade destas em libertar se do
velho e abrir-se para novas realidades.
O desenvolvimento da tecnologia e o
crescimento das criptomoedas possuem uma relação diretamente proporcional.
Portanto, fica iminente uma grande probabilidade das criptomoedas continuarem
crescendo em função da dinamização dos sistemas monetários e progressividade da
tecnologia.
Os países mais desenvolvidos são os que
mais demandam as criptos. Destacam se os Estados Unidos, Japão e alguns da
Europa, na América Latina destaca-se o Brasil. África segue com a Nigéria,
África do Sul e Zimbábue com algumas corretoras operando em criptomoedas,
enquanto na Ásia destaca-se o rápido crescimento de usuários filipinos e não
só.
Ainda existe um grande desafio pela
frente, mais do que criar planos e estratégias de negócios envolvendo
criptomoedas, é necessário ensinar as pessoas, abrindo caminhos para que alcancem
esta nova realidade, em prol da liberdade, autonomia e emancipação da moeda na
era digital.
Observação: o presente texto é um
simples resumo a respeito da criptomoeda e a tecnologia por trás dela. Aos
interessados recomenda-se a leitura de matérias com maior detalhes e robustez.
Por: Alexandre F. Quinguri | AllQuing.

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