O Ministro da Agricultura (Marcos Nhunga) afirmou que o governo vai fixar o preço do milho para que os produtores não sejam apanhados pelos especuladores que lhes podem comprar o kilo a 20,00kz e revender no mercado a preços exorbitantes.

Comprar o kilo de Milho a 20,00kz e revender a um preço mais alto não deve remeter o governo a fixação de preços, existem custos de transação, de estocagem e possíveis tributos que podão vir a ser indexados no preço final de revenda, tentar fixar um preço de venda de forma “exógena” significa criar impedimentos a mutação e desenvolvimento do produto e/ou mercado em questão. Revender a um preço mais alto significa cobrir os custos inerentes ao produto bem como auferir determinada taxa de lucro pré-estabelecida por cada vendedor, tal facto não deve ser encarado apenas como “especulação ou prática de preços exorbitantes”.

Quando a dinâmica da “Oferta e Demanda” por si só não definem os preços finais de comercialização de qualquer produto que seja, automaticamente são gerados distúrbios macroeconómicos que podem trazer à tona possíveis crises económicas.

Falando à imprensa, o Ministro informou que os produtores desse cereal correm o risco de vender um quilograma a 20,00Kz, razão pela qual muitos deles têm optado por diminuir a produção. A situação, segundo o ministro, vai obrigar o governo a adotar medidas consubstanciadas para melhoria do processo de comercialização, através de um trabalho conjunto entre os Ministérios da Agricultura, Comércio e da Indústria, para tornar mais justo o preço do milho.

A fixação de um preço de venda mais alto não-necessariamente vai fazer com que os camponeses ganhem mais, muito pelo contrário, isto pode causar uma queda na procura do milho, visto que, o mesmo é um bem passível de substituição. Nenhum “investidor racional” aceitaria pagar por um bem que não lhe retornasse o dinheiro investido acrescido de determinado lucro considerado viável para o negócio.

Diminuir a produção seria uma das alternativas, considerando a “Lei da Oferta e Demanda” os preços de determinados bens caem quando a oferta é maior que a demanda, portanto, cabe aos camponeses saber auferir quanto produzir, de forma a não terem prejuízos. Simples assim, o que descartaria qualquer intervenção desnecessária do governo.

Um aumento dos preços, fixado pelo governo (de forma a beneficiar camponeses), significa um aumento dos preços praticado pelos empresários nos mercados formais na hora da revenda, e esta dinâmica vai ocorrer até o momento em que os empresários passarem a ver seus níveis de receita não poder cobrir seus custos ou não podendo gerar o lucro pretendido (Por conta desta intervenção).

O que o governo devia fazer é adotar políticas que ajudem os camponeses a reduzir seus custos, como a implementação de tecnologia nos campos e “outros”, e não fixar um preço de venda que pode condicionar negativamente o funcionamento de investimentos privados e do mercado em geral.

Vejamos o que aconteceu na Venezuela, o que a fixação de preços trouxe para este país como resultado! É em momentos como este, que a intervenção do Estado na economia na tentativa de melhorar alguma coisa se faz desnecessária. “Não façam experiências com a ECONOMIA, olhem para os outros países (OLIVEIRA, 2018, no prelo)”.

A ORIGEM DOS PREÇOS

Em última instância, os preços são determinados pelo julgamento de valores feitos pelos consumidores. Cada indivíduo, ao comprar ou ao não comprar e ao vender ou não vender, dá a sua contribuição à formação dos preços de mercado. Mas quanto maior for o mercado, menor será o peso da contribuição de cada indivíduo. Assim, a estrutura dos preços de mercado parece, a um indivíduo, um dado ao qual ele deve ajustar sua própria conduta. Aquilo a que se chama de preço é sempre uma relação que ocorre no interior de um sistema integrado, sistema esse que é o resultado das várias relações humanas. "Um governo é tão eficaz na determinação de preços quanto uma gansa em botar ovos de galinha".

Se o governo não estiver disposto a aceitar tacitamente essas indesejadas e indesejáveis consequências, e continuar perseguindo cada vez mais obstinadamente o seu objetivo, fixando os preços de todos os bens e serviços e obrigando todas as pessoas a continuar produzindo e trabalhando por esses preços e salários, ele acabará por eliminar completamente o mercado. Assim, a economia de mercado será substituída pela economia de planejamento central, pelo modelo alemão de socialismo, a chamada Zwangswirtschaft (economia estatizada). "Não será mais o consumidor quem dirigirá a produção, ao comprar ou abster-se de comprar; essa função passará a ser exclusivamente do governo".

Os preços são, por definição, determinados pelas pessoas comprando e vendendo ou por aquelas que se abstêm de comprar e de vender. Preços não podem ser confundidos com decretos emitidos por governos ou por outras agências detentoras de um aparato de coerção e compulsão para fazer cumprir suas determinações.

Preços são um fenômeno do mercado. Eles são gerados pelo processo de mercado e são o cerne da economia de mercado. Não há como existir preços fora da economia de mercado. Preços não podem ser criados como se fossem produtos sintéticos. 

A LEI DA OFERTA E DA PROCURA

Em economia, a Lei da Oferta e Procura é um modelo de determinação de preços num mercado. Num mercado em concorrência perfeita, o modelo argumenta que os agentes económicos tomam decisões que variam o preço até que este seja tal que a quantidade procurada seja igual à quantidade oferecida, resultando daí um equilíbrio económico em que não há incentivos para a alteração de quantidades ou preços.

 
Nos períodos em que a oferta de um bem ou serviço excede a procura, seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço.
 

REFERENCIAS


Referencias incluídas no decorrer do texto!

Por: Alexandre F. Quinguri – AllQuing.
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